Todos os dias são divulgadas notícias sobre o crescimento do
trânsito nas grandes cidades.
Vivemos em uma época (e em um País) em que o consumismo e o
individualismo são prioridade; os governantes foram substituindo os investimentos em
ferrovias, metrôs, ciclovias e demais meios de transportes coletivos ou não
poluentes por investimentos públicos na construção de novas avenidas, viadutos
e túneis para que as pessoas pudessem transitar com seus veículos cada vez mais
modernos, inovadores e caros.
De outro lado, as ferrovias que em um País de dimensão
continental são fundamentais, foram sucateadas e privatizadas; em todas as
regiões metropolitanas também foram privatizadas as empresas de trens urbanos e
as empresas de transporte público municipais.
Também os investimentos no sistema metro ferroviários são
infinitamente menores do que necessitamos. Alguns dados servem como comparação:
em Paris o sistema de metrô tem mais de 213 km's para atender aproximadamente
2,5 milhões de pessoas da região metropolitana e o metrô da Cidade do México
tem mais de 250 km's para atender aproximadamente 19 milhões de pessoas da sua
Região Metropolitana. Enquanto isso o metrô de São Paulo que é o maior do
Brasil tem somente 61,3 km's para atender mais de 18 milhões de pessoas da
Região Metropolitana, o do Distrito Federal tem 42 km's para atender uma
população de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas e como último exemplo em
Belo Horizonte que tem uma Região Metropolitana com mais de 11 milhões de habitantes
conta com somente 49 km's de metrô.
Recentemente o governo reduziu os juros dos carros zero km
para evitar os efeitos da crise financeira, mas a conseqüência dessa medida é
que teremos mais veículos nas ruas...
Muitos outros números poderiam ser dados para demonstrar a
inversão de prioridades que ocorreu no Brasil. É necessário aumentar faixas
exclusivas para os ônibus diminuindo assim o tempo da viajem; aumentar os terminais
de integração entre ônibus, metrô e ferrovia, diminuir o valor das passagens
para que o transporte seja acessível a todos, aumentar o número de ciclovias
para milhões de pessoas que utilizem esse meio de transporte entre várias
outras medidas.
Na China, país-sede dos Jogos Olímpicos de Pequim, existem
1,3 bilhões de habitantes e cerca de 500 milhões de bicicletas em todo o país.
Agora imagine trafegar por lá de automóvel. Difícil não é? Mesmo com uma
recente alta de consumidores de automóveis na China, grande parte de seus
habitantes ainda preferem utilizar a bicicleta, o meio de transporte mais
barato e habitual usado pelos chineses.
Porém, as cidades chinesas contam com um grande número de
ciclovias.
Para o futuro parece ser o meio mais viável para o trânsito
das grandes metrópoles o uso da bicicleta. Isto seria uma forma de diminuirmos
a propagação de poluentes na atmosfera, produzindo benefícios a saúde,
bem-estar físico e mental e não ficando preso no trânsito.
Em Amsterdã cerca de 26% do transporte é feito por
bicicletas que circulam por vias destinada apenas a elas. Mesmo no inverno
holandês, os habitantes de Amsterdã não dispensam o uso da bicicleta, onde os
jovens são os maiores utilizadores desse transporte.
O que está evidente, é que em breve as grandes cidades brasileiras como São Paulo, irão parar, e não existe uma solução imediata para o problema...
Deixo aqui uma piadinha para esse post:
No link abaixo o excepcional trabalho de um Agente de Trânsito desmanchando um enorme "nó" no cruzamento da Av. Sto. Amaro x R.Hélio Pelegrino:
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