Não consegui me desgarrar de você...
Nós nos conhecemos desde quando eu era bebezinho e você Londrina menininha nos meus primeiros aninhos...
Eu vim de Jatahy (hoje Jataizinho), nos braços de minha inesquecível mãe (hoje nome de rua-Inocência Antunes das Neves).
Era 5 de Janeiro de 1935. Eu com 25 dias de idade, nasci poucas horas do dia de sua emancipação-10/12/1934.
Desde esse dia, nós com a mesma idade, não consegui me desgarrar de você Londrina, minha segunda querida cidade natal...
Fiquei morando na Rua Goiás, 463 (hoje 729) na casa de minha avó (hoje também nome de rua, assim como mais dez outros membros da minha família).
Londrina, minha Londrina, conheço palmo a palmo suas terras vermelhas. Tentei ir para outras cidades, mas.....o seu barro vermelho grudava em minhas botinas, como a dizer....Fica comigo....E fiquei.
Você viu meus sucessos, minhas metamorfoses, minhas tristezas, minhas alegrias.....Eu idem.
Fui amigo de um dos teus fundadores - Mister George Craig Smith - e de outros....Prefeitos de valor que você teve conheci todos. Um deles foi até meu patrão, Antonio F. Sobrinho...
Brinquei de Tarzan em cipós grudados nos perobais ali onde hoje é a Santa Casa.
A rua Espírito Santo era carreador e a rua Goyas (assim que se escrevia) era a última rua....
Te conheci rainha do café.
Aviões, ônibus, carros chegavam aqui a todo minuto....Até a década de 50 foi considerada em São Paulo, outros lugares e até fora do País como a segunda Juarez (México).
Nas duas cidades o forte eram as zonas de meretrício e todas as quintas-feiras tinha avião fretado só para as "donzelas" virem a Londrina...
Hoje a Londrina dos Barões de café, dos grandes fazendeiros como os irmãos Godoy, não existe mais.
Londrina das jardineiras sem portas, nas quais eu gostava de viajar até Jatahy. Elas ficaram na lembrança, assim como suas paradas ali onde hoje está a Concha Acústica.
Saudades, saudades...Do tempo do delegado Pimpão que pegava os desocupados e levava até o Rio Tibagi, dava óleo de rícino para os 'gajos' e dizia pra nunca mais voltarem a Londrina.
Conheci suas casinhas de madeira, hoje seus imensos prédios, shoppings....Não tinha favelas, tínhamos serviço....Os pais estavam em seus lares orientando os filhos para estudarem, trabalharem e não se envolverem em jogos e bebidas alcoólicas.
O povo era muito feliz em suas varandas, jogando conversa fora com seus compadres ou amigos...
Hoje ainda estamos juntos minha querida Londrina, e espero que tenhamos um ótimo prefeito como alguns de antigamente...
Ué....Cadê nosso prefeito???
Alcindo das Neves
ESSA MATÉRIA FOI ESCRITA PELO MEU PAI 'ALCINDO DAS NEVES' E PUBLICADA NO "JORNAL DE LONDRINA" DO DIA 10 DE DEZEMBRO DE 2008, QUANDO ELE E LONDRINA COMPLETARAM 74 ANOS DE IDADE.
Meu pai "brincando" de Tarzan no alto de uma enorme Peroba,
muito comum na região de Londrina na época.
Santa Casa de Londrina
Rotatória da Minas Gerais, Souza Naves e Av.Celso Garcia,
ao fundo Posto de Saúde, praça da Concha Acústica
e onde está o Posto de Gasolina é hoje o Edifício Júlio Fuganti.
Aqui na Rua Sergipe em frente à Rodoviária existia o "Armarinho Paulista"
Era a maior loja de armarinhos de Londrina.
Meu pai gerenciou essa loja durante 15 anos.
Prédio da Folha de Londrina, as 3 torres do Ed.Centro Comercial e o Edif. Adma Caran em construção.
Essa foto deve ser início da década de 70. Observe o começo da rua Rio de Janeiro, (próximo à Av. Bandeirantes), não havia nada ao fundo.
Essas fotos de Tarzan foram enviadas para um concurso de revista na época.
Ele ganhou o concurso e foi destaque na capa.
Quem é jovem talvez ache engraçado, mas imagine você na década de 40/50 não existia televisão, somente cinema e revistas. Meu pai era fã da revista "Marvel" e admirava seus heróis; "Homem Aranha", "Thor", "Batmam", "Capitão América", etc...os jovens de hoje curtem os mesmos ídolos, só que os conheceram através do cinema e da TV...
Às margens do Rio Tibagi,
(Ironicamente brincou aqui boa parte da infância e juventude, mas não aprendeu a nadar...)
Meu pai com meu tio. (Olha o tamanho da árvore).
Em breve publicarei mais histórias contadas pelo meu pai,
que foi também cantor nas rádios de Auditório nos idos de 1950 em Londrina.
Eu ao lado do meu pai, com seu Simca Chambord 1960
(Ao fundo a Igreja de Jataizinho).
O seu barro vermelho grudava em minhas
botinas como a dizer "fica comigo"....e fiquei.
Não li no jornal mas li aqui,
ResponderExcluiré bom o cara ter histórias pra contar para os filhos dele e dos outros.
É tempo de lembranças, está a recordação da Lanchonete rodoviária, do bar da lavoura, do Estoril de propriedade de meus primos Virgílio e seu irmão Lucílio, o Virgílio hoje mora nos EEUU. saudades da favela do pito aceso onde pescávamos, do cortume no igapo, do braço do lago chamado de alemão, da sorveteria roma, da farmácia central do sr Arsênio, do sr Sebastião de Castro do ponto de táxi defronte a matriz e morador da vila vitoria na rua ponta grossa, do sr Joaquim carroceiro, da dona Ana Manholli, das professoras da extinta Escola Municipal Antonio Raposo Tavares, na rua Apucarana e próxima a rua maringá, da chácara do Alvaro Godoy, da chácara dos irmãos maristas e de tantas coisas como a Maltaria e cervejaria londrina, construída pelo meu pai sr Adelino augusto de oliveira, de tantas obras em londrina como edifícios Banco da América, do Ohara, das três torres do ed. centro comercial e tantas obras executadas pelo luzitano Adelino. Do cursinho Universitário, da garaparia do sr ramos na avenida parana, da farmácia central, de tantos londrinenses de alma londrina. Todos aqueles que fizeram a historia de progresso do município, tantos amigos que levaria dias e ainda assim faltaria nomes a citar, Abraço aqui toda colônia Portuguesa, japonesa, italiana, espanhola, alemã, Suissa entre outras. famílias que foram divisoras de minha infância e juventude , donos de sítios em toda área rural londrinense sem exceção. Em especial da fazenda maria lúcia, da viação velha e do caramuru, dos Patrimônios de Irerê, São Luiz, Guaravera,Paiquere, Tamarana.Da Warta, do Hemital e para melhor dizer, de toda e bela Filha de Londres.
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