quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Os terríveis guardas de Curitiba e suas possantes Harleys


Que atire a primeira pedra o curitibano, com mais de 60 anos de idade, que na sua juventude foi motorista ou motociclista e que, nesta fase da vida, não ficou apavorado, pelo menos uma vez, quando notou a aproximação de um guarda de trânsito montado numa possante motocicleta Harley Davidson de 1.200 cilindradas.

Isto porque estava cometendo alguma infração no tocante a equipamentos do veículo, documentos, habilitação, etc.

Os guardas ou inspetores de trânsito, pertencentes ao Departamento de Serviço de Trânsito - DST - eram o terror da gurizada nas décadas de l.940, 50, 60 e por demais conhecidos dos motoristas e motociclistas, talvez por serem em número reduzido e quando "pintavam no pedaço" era só guri "saindo de fininho".


O DST contou em Curitiba com quadro de 10 inspetores de trânsito, comandados por Mário Guerra (o mais popular de todos), além de Antônio Quege Júnior, Valfrido B. da Silva, Landau, Djalma, Mocelim, Bruno Mueller, Osório Freitas e Nascimento.



As primeiras motocicletas Harley Davidson, fabricadas nos Estados Unidos e destinadas ao uso pelos inspetores chegaram a Curitiba em 1943 e foram expostas ao público na Rua Barão do Rio Branco, onde ficava o DST.

No dia 13 de maio de 1945 foi realizada uma procissão alusiva ao Dia da Vitória (Segunda Guerra Mundial) na Rua Pedro Ivo, onde estava localizado o Quartel General do Exército e, as motocicletas do DST estavam lá pilotadas pelos inspetores.

  • As HD de 1943 e Inspetores na frente do DST; e Inspetores Landau, Djalma, Quege e Mocelim, da esquerda para a direita, no centro de Curitiba.

Inspetor Quege montado numa HD, tendo atrás o automóvel marca Skoda de sua propriedade

Antônio Quege Júnior - nasceu em 6 de janeiro de 1914 em São José dos Pinhais onde hoje está o município de Fazenda Rio Grande, tendo ingressado no DST em 1940, obtido aposentadoria em 1975 depois de passar por todos os degraus da carreira e falecido em 8 de outubro de 1993.

Relata seu filho Moacir que, numa ocasião, quando escoltava automóvel que transportava o então governador Bento Munhoz da Rocha Neto ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, pela Avenida Salgado Filho, nas proximidades do Rio Iguaçu, Antonio perdeu o controle da motocicleta num desnível da pista e caiu, quebrando a sua clavícula em dois lugares e ficando "de molho" durante 60 dias.

Noutra oportunidade, teve o braço quebrado em dois lugares também quando acionava a manivela de um caminhão-guincho do DST e a catraca escapou.

Site Paraná On Line

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dê sua opinião.