Sensação de liberdade e domínio da máquina: guiar motos já não é coisa só de homem há muito tempo...
Andrea, Suely, Daniele, Dayane e Viviane:
independência e diversão em encontros semanais
e no comando das motos
Garotas só querem diversão, já dizia a cantora pop Cindy Lauper.
Já os roqueiros do Stepenwolf imortalizaram a sensação de liberdade, traduzida em duas rodas e vento no cabelo, com o clássico refrão: nascido para ser selvagem.
Combinar diversão e independência é o desejo de um grupo de mulheres motociclistas que se reúne toda semana em Londrina para papear e tomar as rédeas das máquinas das quais, por muito tempo, elas só ocuparam a garupa.
''Sentar, sentir o chão, jogar os pés para cima e acelerar. Essa é minha definição de alegria'', declarou a soldado Dayane Canetti, 22 anos, estreante no universo das duas rodas.
Nascida em Ponta Grossa (Sudeste), Dayane passou no concurso para ser policial militar e, desde o ano passado, mora e trabalha em Londrina.
Para aliviar a saudade dos pais, conhecer gente nova e diferente, e ganhar respeito e admiração por onde passa, ela aprendeu a andar de moto.
Em apenas cinco meses comprou sua primeira grande máquina, uma Mirage 250, que a leva para todo canto.
Com a moto vieram os amigos e a liberdade, ''o ar'', como ela mesma assinalou.
Rodando por aí em apenas duas rodas há seis anos, a consultora em estética Viviane Woichik, 24, comprou a primeira de suas cinco motos aos 16 anos.
''Pagava o consórcio, mas como não tinha carteira, não podia andar'', lembrou a motociclista que aprendeu a gostar e a pilotar com um namorado.
''Morava no sítio e adorava andar sem capacete, sentir o vento na cara, a adrenalina.''
Criada em Irati (Sul), Viviane veio para Londrina, aos 19 anos, para estudar.
Cursando o terceiro ano de Administração, ela aproveita para andar de moto a caminho do trabalho e da faculdade e nos fins de semana gosta de viajar pelas estradas, sozinha.
A viagem mais longa foi para Irati e durou seis horas.
''Faço revisão da moto a cada seis mil quilômetros rodados, em loja especializada.
Troco o óleo, o filtro, a correia está sempre lubrificada.
Mando lavar quando chove e só limpo com querosene, para dar brilho'', contou Viviane, que diz não saber mais viver sem moto.
''Meus pais acham que sou louca, mas tenho paixão por motos.
Se pudesse, já comprava uma maior.
Meu sonho é uma Shadow 1800 VTX'', declarou a consultora, que hoje dirige uma Honda Shadow 600 VT.
Amigas de estrada, a empresária Andrea Campos Romagnoli, 36, e a cabeleireira Suely Moreira Gualda, 48, de Mandaguari (Noroeste), aprenderam a pilotar com os maridos e hoje já viajam sozinhas.
Com mais de dez anos de experiência, elas se divertem ao chamar a atenção por onde passam com suas Honda Shadow 750 e RR 600.
''Mulher em moto é chamativo, ainda mais em cidade pequena, onde as pessoas reparam mais. Mas eu ignoro, se eu ligar para isso, não saio de casa.
Adoro ser diferente'', comentou Suely, que costuma passear em bando.
''Minhas duas filhas também pilotam.''
Já Andrea prefere viajar com o marido e nenhum dos três filhos quer saber de moto.
Calibrar pneus e encher o tanque é tudo o que ela sabe fazer para manter a Honda em boas condições. '
'Meu marido deixa tudo prontinho para mim. Se eu pudesse, andava só de moto.''
Dona de uma loja de motos na Avenida Higienópolis, Daniele Valerio, 30, pilota há 13 anos.
Aprendeu sozinha e já teve outras seis motos até comprar o modelo dos seus sonhos há cinco anos: uma Harley Davidson 883.
''É o máximo que meu pé alcança'', brincou a empresária que já viajou de moto para Tiradentes, em Minas Gerais.
''Foram 1,2 mil quilômetros ida e volta.''
É ela a entendida em marcas, modelos, cilindragens e mecânica.
E é na loja dela que pelo menos 150 motociclistas da região, entre homens e mulheres, se encontram todas as quintas para um ''espetinho e uma cervejinha gelada''. '
'Adoro a sensação de liberdade e do prazer de dominar a moto'', descreveu Daniele, que prefere passear só. ''Eu decido a minha velocidade.''
Mariana Guerin-Bonde News
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