Com um território tão grande que vai do Oceano Atlântico ao Pacífico, os Estados Unidos são um sonho de consumo dos estradeiros.
E, entre todas as vias do país, a Rota 66 tem status de lenda - já foi chamada de "rua principal da América".
Não à toa, Jack Kerouac influenciou gerações ao tornar a Rota 66 personagem central de seu livro "On the Road", de 1957.
Onze anos antes, Nat King Cole cantou a música "Route 66" pela primeira vez - regravada depois por Rolling Stones, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis, Bob Dylan, entre outros.
Em 2006, seus cenários serviram de pano de fundo para a animação "Carros", da Disney.
A estrada começou a ser construída na década de 1920.
Seus quase 4 mil quilômetros ligam Chicago a Los Angeles, passando por oito Estados.
Mas, hoje, o percurso não está nas mesmas condições.
A rigor, a Rota 66 nem existe mais - foi retirada dos mapas rodoviários americanos na década de 1980, substituída por um sistema de rodovias mais largas, seguras e velozes.
Ficou mais rápido ir de um ponto a outro e mais difícil ver a vida pelo caminho.
Pequenas cidades faliram.
Lojas, motéis e postos de gasolina envelheceram, o asfalto rachou e os carros sumiram, deixando para trás cidades-fantasma.
Mas o abandono não deixou os saudosistas esquecerem o sonho da viagem até a Califórnia.
No traçado original, que pode ser percorrido quase inteiro de moto ou de carro, não é difícil encontrar atrações que relembram os bons tempos, como o Cadillac Ranch, perto de Amarillo, no Texas.
Trata-se de uma instalação formada por dez Cadillacs enfileirados, com as partes dianteiras enterradas no solo.
Pelo menos dois motéis surgidos naquela época para o descanso dos viajantes continuam em atividade às margens da Rota 66.
O Blue Swallow Motel (http://www.blueswallowmotel.com/), em Tucumcari, no Novo México, quase fechou as portas há alguns anos, por falta de clientes. Mas se renovou, sem perder o clima vintage, e hoje é uma boa opção de hospedagem.
Mais adiante, o Motel Wigwam (http://www.wigwammotel.com/) tem quartos em forma de cones, como as tendas indígenas americanas, e dois endereços: em Holbrook, Arizona, e em San Bernardino, já na Califórnia.
San Bernardino guarda outra curiosidade bem perto da Rota 66: o primeiro restaurante dos irmãos Richard e Maurice McDonald, que originou a rede McDonald’s.
O local, hoje, pertence à rede Juan Pollo (http://www.juanpollo.com/).
Mas preserva um museu não oficial da lanchonete mais famosa do mundo.
Cortando os Estados Unidos de Los Angeles a Chicago, a Rota 66, ao longo do tempo, foi cruzada por todo o tipo de aventureiro.
Para muitos, a viagem era uma jornada desesperada de poeira e desolação.
Para alguns sortudos, significou o caminho para a fama e fortuna.
A Rota 66 era selvagem e solitária, doce e infinita.
Também uma sedutora pronta pra roubar sua carteira ou seu coração.
Mas para todos que fizeram o percurso, a viagem se tornou a maior experiência de suas vidas.
Cinco, dez ou cinquenta anos depois, ninguém esqueceu da aventura de ter cruzado a estrada, nem das pessoas ou dos lugares descobertos ao longo do caminho.
O transcurso de cada milha fez refletir sobre a rotina em que suas vidas eram vividas freqüentemente.
Ninguém que tenha passado pela Rota 66, conseguirá esquecer o belo retrato da América, através de suas 2.400 milhas de paisagens inesquecíveis, campos de milho, cidades-fantasma, motéis baratos e postos de gasolina last chance.
Muito menos esquecerá do sorriso da garçonete, ou do jukebox com direito a três melodias por 25 cents...
muito bom! trabalho em um bar chamado Rota 66, totalmente no visual! Estou pegando seu post e colocando no blog do bar http://motorockbarrota66.blogspot.com/
ResponderExcluircom a fonte claro! Abraços!