segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Motoclubismo

Seja como lazer ou estilo de vida, o motoclubismo se espalha pelo País. Normal, para um país com 2 milhões de motos vendidas este ano

Almir é integrante dos Paladinos,
Motoclube formado por policiais civis e militares

O Brasil caminha para ser o quarto maior produtor de motocicletas do mundo, perdendo apenas para China, Japão e Índia.
Cerca de 2 milhões de unidades foram vendidas apenas neste ano, entre modelos populares e de luxo.
Com isso, a frota nacional deve bater na casa dos 9 milhões de veículos de duas rodas - praticamente o dobro do número registrado em 2007.
Dentro de poucos anos, serão vendidas mais motos do que carros no País.
Esse crescimento se deve, basicamente, a três fatores: aumento do poder aquisitivo, preços mais acessíveis e facilidade de financiamento.
Mas, por trás desse boom, há também uma mudança de comportamento.
Um dos símbolos da contracultura, a motocicleta deixou de ser sinônimo de rebeldia.
Tornou-se uma alternativa de transporte e o ganha-pão de muita gente.
De quebra, virou opção de lazer nos fins de semana. Nunca se viu tantos comboios de motociclistas passeando pelas estradas.
Os motoclubes são uma febre em todo o Brasil.
Só em Curitiba existem mais de 100, entre filiais de grandes grupos nacionais (as chamadas facções) e pequenas turmas de amigos.
Cada um com seu perfil, estatuto e, é claro, colete de couro.
Durante muito tempo, os clubes rivalizavam e chegavam às vias de fato.
Até que, em 1987, o líder do grupo Balaios foi vítima de um atentado a bomba no Rio de Janeiro. Houve um processo de pacificação e a convivência hoje é relativamente pacífica.
A bronca, agora, tem viés conceitual.
Os membros dos clubes ditos ''de raiz'' acreditam que os mais novos não vão durar muito tempo. Para eles, tudo não passa de um modismo seguido por gente que não compreende o verdadeiro estilo de vida motoclubista.
''A moto você compra. O espírito, não'', diz o professor aposentado Alexandre Durão, 58 anos, diretor da facção curitibana dos Abutres, um dos maiores motoclubes do País.
''Não acho que os outros estejam errados. Mas tem muitos por aí que apenas colocam um colete e se travestem de motociclistas na sexta-feira'', emenda.
De acordo com Durão, um abutre se sente parte de uma sociedade alternativa.
Mesmo quando não está com o grupo. ''A gente vive esse espírito 24 horas. É uma questão de postura'', afirma.
E que postura é essa, que une desde desempregados a juízes de direito? ''Isso a gente não divulga, mas posso garantir que é tudo relacionado com o bem-viver'', desconversa.
As brigas, então, acabaram?
''Você já viu um fio desencapado? Ele está parado ali. Se você colocar a mão, vai levar um choque'', ironiza.
Durão, diretor local dos Abutres: "fio desencapado"
Integrante da facção local do motoclube Fator Mutante, Cláudio Adriano, 28, acredita que é tudo uma questão de ''pegada''.
Para ele, o verdadeiro motoclubista não se importa com conforto.
O contrário dos ''zé roelas'' que fundam clubes ''coxinhas'' só para ir ao litoral e voltar.
Salsicha, como é mais conhecido, trabalha como motorista e sonha em ter uma Harley Davidson. Juntou-se ao Fator Mutante justamente porque o grupo não faz distinção entre tipos de motocicletas.
Ele conta que chegou a viajar para São Paulo na garupa de um amigo, pois não tinha dinheiro para ir com a própria moto.
''Somos todos irmãos. Se um não tiver grana, os outros inteiram a pinga dele'', diz.
Casado duas vezes e pai de um menino de 8 anos, Salsicha rompeu com a segunda mulher por causa do motoclube.
Chegou a ficar um tempo afastado do grupo a pedido da parceira, mas a falta dos amigos acabou pesando. ''Eu sentia o mesmo amor por ela e pelo clube. Só que, de um lado, tinha uma pessoa só. Do outro, tinham várias'', justifica.

Salsicha (frente), do Fator Mutante: conforto é o de menos

Fonte: Bonde News.

Um comentário:

  1. Vivemos no meio do motociclismo ha 20 anos pra mais alguns do meu mc ha dez e outros a 3 e cinco anos,adoramos estradas,eventos e somos solidários para com outros mcs da região e fora dela,e mesmo assim,integrantes do seu mc,nos roubaram nossos coletes e queriam que deixasse de ser um mc para ser um mg,sendo que somos em 13 integrantes e somos registrados como mc,e só devolveriam nossos coletes com esta troca e tb que a gente entrasse para a liga nacional de bickers sendo que somos do ABRAM...ficamos indignados pois sempre respeitamos os Abutres,ja fomos em eventos feito por vcs e nunca tivemos brigas com nenhum outro mc,então só queremos paz e ja deu para notar que temos respeito ao motociclismo e aos nossos irmãos motociclistas,quem nos humilhou foi a diretoria da região de Sorocaba sr. Chicão,Willian tatuador o nosso agressor,creio quee precisaria de uma reunião de todos os mc sem medo dos Abutres para darem suas opiniões a respeito,respeitosamente agradeço a atenção um abraço,motociclista!!!

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